Cláudio Antunes. Com tecnologia do Blogger.
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Quais as taxas de juro que permitem um maior retorno?

O número de pessoas a contratar seguros de vida tem crescido em Portugal. Segundo os últimos dados do Instituto de Seguros de Portugal, em 2006 havia cerca de 524 mil apólices individuais e quase 108 mil de grupo. E se vai comprar casa com recurso a crédito, este é mesmo obrigatório pelo banco.

Com a crise a apertar, prejudicando o poder de compra das famílias, impõe-se uma análise do que as várias seguradoras e bancos oferecem. Ou seja, antes de subscrever qualquer apólice é preciso ler, analisar e comparar. É necessário, por exemplo, perceber o que é importante para subscrever um seguro ou operação do ramo vida.

Depois, também é conveniente estar esclarecido acerca de que tipo de informação deverá ser fornecida pela seguradora no contrato e, por fim, poderá passar à fase de análise e comparação entre aquilo que as várias seguradoras oferecem. A Deco alerta, ainda, para o facto de, apesar de outras instituições serem mais baratas, as condições finais dos empréstimos poderem ser mais vantajosas, caso o cliente opte por contratar a apólice aos balcões do próprio banco.

O Negócios procurou saber quais os preços praticados e, através de um artigo sobre seguros publicado na revista "Dinheiro&Direitos" de Março/Abril, concluiu que um casal de 40 anos pode poupar cerca de 800 euros por ano num empréstimo de 150 mil euros, se se compararem bem as condições, contratando, por exemplo, um seguro na Liberty em vez de o fazer na Lusitânia.

A Deco explica que, se vai comprar casa, o banco, além de outras garantias, exigirá um seguro de vida pelo valor em dívida e aconselha: "se pensa recorrer a uma seguradora, opte por um seguro temporário anual e renovável", que, "tal como o dos bancos, é válido por um ano e renova-se automaticamente por iguais períodos". Os prémios são calculados em função do capital e da idade das pessoas seguras e, como a probabilidade de o segurado falecer aumenta com a idade, os prémios crescem. Nos primeiros anos, o aumento é ligeiro, mas depois, torna-se exponencial.

A entidade esclarece, ainda, que, além da cobertura de morte, pode contratar as de invalidez total e permanente (ITP) ou invalidez absoluta e definitiva (IAD), exigida pela maioria dos bancos. Como a primeira é mais abrangente optámos por seleccionar as escolhas acertadas da Deco para a ITP. Segundo a entidade, esta última paga uma indemnização em caso de incapacidade igual ou superior a 65%, que impeça o segurado de exercer uma actividade remunerada. A IAD "é activada se ficar totalmente incapacitado e tiver de ser assistido por outra pessoa no dia-a-dia". No crédito com dois titulares, a maioria dos bancos "exige um seguro a ‘duas cabeças’" , que é feito pelo total do capital em dívida, pagando a companhia a indemnização, se qualquer um dos dois morrer ou ficar inválido.

Posto isto, e dependendo de factores como a idade, se são uma ou duas pessoas a contratarem um seguro, se é homem ou mulher, a Deco tem cinco escolhas acertadas. Ou seja, o seguro de vida da Axa Vida Financiamento, o da Liberty Vida, o da Mapfre Protecção Vida, o da Ocidental Vida Risco Crédito Habitação e o da Victoria Star (ver quadro ao lado).

Por exemplo, dois titulares, com 30 anos e que pretendam um seguro de vida com cobertura em caso de morte e ITP para um empréstimo de 150 mil euros, podem poupar 522 euros se escolherem a Victoria Star, onde pagam 423 euros por ano, em detrimento da Lusitânia Plano de Protecção ao Crédito, onde o prémio anual é de 945 euros. Este é, também, mais barato face às três escolhas da Deco, já que pagariam 481,5 euros na Liberty, 534 euros na Mapfre e 462 euros na Axa Vida.

A poupança aumenta para quase o dobro se tiverem 40 anos e escolherem a Liberty (679,50 euros) em detrimento da Lusitânia (1.471 euros). Se têm 50 anos, a Liberty Vida também é a mais barata. Se tiver 30 anos e for apenas um a fazer um seguro, a melhor escolha das cinco é a Ocidental Vida Risco Crédito Habitação.

5 alertas da Deco sobre seguros vida

Vendas cruzadas
Os bancos podem fazer depender a redução do "spread" mediante a aquisição de um conjunto de produtos, nomeadamente o seguro contratado aos balcões. A lei permite a venda cruzada de produtos.

Custo final do empréstimo
As condições finais do empréstimo poderão ficar mais vantajosas caso contrate a apólice ao balcão do banco, mesmo que haja seguros mais baratos noutras instituições.

Cuidado, se transferir o seguro
O mais certo é que o banco lhe aumente o "spread" porque ficou definido no contrato que esse teria determinado valor mediante pressupostos, nomeadamente a contratação daquele seguro.

IAD e ITP confundem-se
Invalidez absoluta e definitiva (IAD) e invalidez total e permanente (ITP) parecem querer dizer exactamente a mesma coisa, mas são totalmente diferentes (veja texto na pág. VI).

ITP é mais cara mas compensa
No caso de a pessoa sofrer invalidez temporária e permanente (com uma incapacidade igual ou superior a 65%), a seguradora paga a totalidade do capital em dívida ao banco. Na invalidez absoluta e definitiva, o segurado tem que estar quase em "estado vegetativo".

Cinco seguros de vida mais baratos para crédito à habitação

Estas são as escolhas acertadas da Deco publicadas na revista "Dinheiro&Direitos". Se optar por estas apólices poderá poupar centenas de euros. E entre as cinco, poderá também pagar menos se optar pelas que estão em destaque.

Em destaque, a negro, estão as escolhas mais favoráveis para o orçamento dos segurados
Prémio por cada mil euros de capital, no primeiro ano, para a cobertura de invalidez temporária e permanente

* No caso de ser mulher, o valor do prémio diminui; n.a. = não se aplica; ITP = Cobertura de morte e complementar de invalidez total e permanente

"Dificilmente o que paga a menos num seguro compensa um ‘spread’ mais caro"

Deco alerta para as vantagens de contratar o seguro aos balcões do banco

Se vai comprar casa, o banco não irá apenas exigir-lhe um seguro de vida pelo valor do empréstimo, mas também tentará que o contrate aos seus balcões ou fará depender a redução do "spread" da opção pela sua apólice. Mas será isto legal?

Mónica Dias, técnica de seguros da Deco/Proteste explica que os bancos "têm liberdade contratual" e que isto "foi a maneira por eles encontrada para não fazerem nada contra a lei, já que esta permite a venda cruzada de produtos". O que os bancos fazem – prática comercial comum a todos – , "é fazer depender a aquisição de um produto da aquisição de outro produto".

Ou seja, à partida o banco propõe um "spread" elevado quando o cliente não tem, já, uma relação comercial com a instituição em causa. No entanto, se a relação é iniciada, nomeadamente através de conta domiciliada e cartão de crédito, além de seguro de vida contratado aos seus balcões, o "spread" pode baixar substancialmente e, consequentemente, as condições do empréstimo melhoram. "Dificilmente se conseguirá um crédito hipotecário com um bom ‘spread’ sem que se tenha um conjunto de produtos do banco, nomeadamente o tal seguro", alerta Mónica Dias.

Como negociar

O que pode o cliente fazer? "Não há grande margem de manobra, a não ser negociar com o banco. Deve fazer-se uma prospecção de mercado, ver as condições que os bancos oferecem e perceber as melhores", aconselha a técnica, sublinhando que "dificilmente o que se paga a menos num seguro compensa um ‘spread’ mais caro’".

Em termos de transferência de um seguro, a situação é idêntica. "Se contrata o seguro de vida aos balcões do banco, por norma ficaram definidos no contrato pressupostos relativos ao ‘spread’", explica a perita da Deco. Ou seja, "não posso mudar de seguro de vida sem o banco saber, porque existe a cláusula do beneficiário irrevogável, o que significa que, caso deixe de pagar os prémios, a pessoa é obrigada a comunicar ao banco", esclarece a responsável. "O mais certo é que o banco me aumente o ‘spread’ já que estava escrito que este teria um determinado valor porque me comprometia a ter o seguro desse banco".

O que a Deco considera que se deveria impedir é a obrigatoriedade do seguro de vida "porque os bancos já têm uma garantia real, que é a hipoteca do imóvel". Para os bancos, o seguro de vida serve para que, em caso de morte ou invalidez, estes "não tenham o trabalho de executar a hipoteca, porque vão buscar o dinheiro directamente à seguradora".

Outro dos "pecados" apontados pela Deco às seguradoras, é a "falta de clareza de alguns conceitos". Cobertura de morte e complementar de invalidez absoluta e definitiva (IAD) e cobertura de morte e complementar de invalidez total e permanente (ITP) "parecem dizer exactamente a mesma coisa, mas são totalmente diferentes", afirma Mónica Dias. "O IAD, sendo mais restrito, é muito mais barato, o que faz com que muitos contratem este por acharem que é igual ao ITP".

No entanto, enquanto com o IAD "a pessoa tem de estar quase em estado vegetativo e a precisar de recorrer ao auxílio de outra pessoa, com o ITP, caso a pessoa segura fique inválida (igual ou superior a 65%) para exercer a sua actividade profissional, a seguradora paga a totalidade do capital em dívida ao banco". Por isso, a Deco aconselha esta última, conclui Mónica Dias.

Actualizar o valor do seguro de vida pode representar uma poupança superior a 3.500 euros

Quando se contrata um crédito à habitação, além dos custos associados a estes empréstimos, os bancos obrigam a subscrever um seguro de vida. Se o valor segurado não for actualizado, no final de um contrato de 30 anos, pode pagar, sem necessidade, mais de 3.500 euros em prémios.

A maioria dos bancos actualiza com regularidade os valores dos seguros, mas só se estes tiverem sido subscritos através do próprio banco. Quando estes são accionados através de outras seguradoras, as actualizações só serão feitas caso apresente um pedido expresso.

Os seguros de vida são feitos para garantir que, no caso de morte ou invalidez permanente, o banco recebe o valor do empréstimo que fez. E todos os meses, à medida que vai pagando as prestações, o valor em dívida vai diminuindo. Logo, o valor que tem de estar seguro é menor. E se o valor do prémio for actualizado, o montante despendido com estes encargos vai diminuindo ao longo do prazo do contrato.

O Negócios fez o cálculo e, num contrato de crédito de 30 anos, para um financiamento de 100 mil euros e com um "spread" de 0,8%, a actualização do seguro de vida, dos dois proponentes, pode significar uma poupança superior a 3.500 euros. Esta poupança é suficiente para pagar 12 anos de seguros de vida para os dois titulares.

Se não pedir a actualização do prémio do seguro em função do capital em dívida, pagará sempre o mesmo valor de prémio, o que, por exemplo, ao final de 10 anos implica pagar mais 5,35 euros por mês.

Ainda assim, caso haja necessidade de activar o seguro de vida e não tiver havido actualização do valor do seguro, o beneficiário receberá a totalidade do valor. Ou seja, se estiver no último ano de contrato e o seguro for accionado, apesar de a dívida ser inferior a 7.000 euros, o seguro pagará os 100 mil euros. Ou seja, é paga a dívida ao banco e o remanescente fica para o beneficiário do seguro. Para os valores dos prémios serem actualizados é necessário pedir a redução do valor segurado. O banco, que é o primeiro beneficiário do seguro, terá de dar a autorização para que os valores sejam alterados.

Para saber se a amortização do capital está a ser considerada no cálculo dos seguros, terá de verificar se o valor do seguro vai mudando. Há bancos que o actualizam mensalmente. E, claro, o aumento da idade poderá anular parte do impacto da amortização do capital.

Compensa actualizar os seguros de vida todos os anos

O Negócios considerou um empréstimo de 100 mil euros, a 30 anos e com um "spread" de 0,8% e dois proponentes para fazer os cálculos dos seguros de vida. As contas têm por base os valores disponibilizados nas simulações de crédito à habitação no "site" do Millennium bcp, servindo apenas como referência para avaliar a evolução dos seguros. Não foi contemplado o aumento da idade.


Fonte: Jornal Negócios

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